As fortes chuvas de 15 de fevereiro e 20 de março em Petrópolis deixaram um rastro de prejuízos por toda a cidade. O bairro Bingen, conhecido como Polo de Modas, foi um dos locais afetados. Mas, segundo os empresários que atuam na região, a queda nas vendas já é algo que vem ocorrendo desde antes
As fortes chuvas de 15 de fevereiro e 20 de março em Petrópolis deixaram um rastro de prejuízos por toda a cidade. O bairro Bingen, conhecido como Polo de Modas, foi um dos locais afetados. Mas, segundo os empresários que atuam na região, a queda nas vendas já é algo que vem ocorrendo desde antes da pandemia e que se agravou com o tempo. Comerciantes do local buscam contabilizar as perdas que podem chegar a até 80% em alguns casos e, em meio a tantos desafios, vivem com a incerteza sobre como será o futuro.
Neuza Gonzalez, proprietária da Lila Maria, reporta essa difícil realidade do comércio na cidade a situações que já vinham ocorrendo antes mesmo dos temporais.
“Antes da pandemia, tínhamos lojas fechando aqui no bairro e isso já era preocupante. Acho que a crise no país colaborou muito para isso”, diz. Os temporais dos últimos meses fez com que a situação se agravasse. “Os turistas não estão vindo porque têm medo que ocorram novas chuvas”, conta a lojista relatando que, atualmente, a maior parte dos clientes é do próprio bairro.
“Quando conseguimos vender é para pessoas do bairro que moram ou trabalham perto”, afirmou. Outra mudança foi em relação à diminuição dos ônibus de turismo. “Antes eram frequentes, agora não estão mais subindo”, revela Neuza. Ela calcula que, com o impacto das catástrofes na cidade, seu prejuízo tenha chegado a 80%. Neuza também lembra com tristeza das festas comemorativas que aconteciam todos os anos e traziam vários turistas para movimentar a economia local. “Primeiro veio a pandemia, depois os temporais. Tudo isso prejudicou bastante o comércio”. Temerosa com o futuro, ela não se sente segura quanto a uma retomada do comércio como era antes de todos esses acontecimentos e tragédias. “Não tenho muitas expectativas de as coisas melhorem agora. Será demorado e teremos que ver como fazer para continuar nosso trabalho”, conclui Neuza.
Carol Romaneli, dona de um salão de beleza, acredita que falta investimentos na cidade para atração de novos públicos. “A melhoria da pavimentação, a retirada da cobrança de estacionamento, são algumas ações que ajudariam muito”, analisa. A cabeleireira recorda a pandemia e os impactos em seu negócio e que, recentemente, as chuvas acabaram piorando esse quadro. “No início da pandemia eu tive um prejuízo de 100%. Meu estabelecimento foi um dos que precisou ficar fechado por quase quatro meses”, lembra.
Vale destacar que o Bingen é uma das entradas do município e a paralisação da cidade afugentou clientes e turistas. “Eu acredito que, juntamente com as possíveis melhorias feitas pelos nossos governantes é preciso que haja conscientização por parte das pessoas para evitar ainda mais problemas. Precisamos parar para pensar que, nossas atitudes acabam refletindo em outras pessoas. Como por exemplo, o descarte do lixo, desmatamento, desperdício de água e energia, entre outros, tudo isso acaba afetando o todo e trazendo consequências”, analisa Carol.
Comerciantes que estão na região há anos e acompanham as frequentes mudanças se sentem apreensivos com o momento atual. Esse é o caso de Vanete Camargo, proprietária da Criança Imperial, loja que esxiste há 29 anos. “Já vínhamos sofrendo a falta de estímulo e também um movimento bem fraco em relação às vendas. Agora com as enchentes, tudo parou”. O Bingen, apesar de não a região mais afetada pelas chuvas, também sofreu inundações e, em alguns locais, a água invadiu lojas. Como a da Vanete que teve que tirar a água do seu estabelecimento sozinha e proteger suas mercadorias para não ter mais prejuízos. Devido a outros bairros terem sido mais impactados, comerciantes do bairro não conseguiram contar com ajuda financeira do governo. “O Bingen não foi tão afetado como outros locais. Mas, era um capital que eu esperava receber para conseguir me reerguer”, relata a lojista que teve sua loja atingida.
Fonte: Diário de Petrópolis Foto: Marisa Dias
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