População de Petrópolis convive com o medo de novos temporais

Quarenta e seis dias após a maior tragédia climática da história de Petrópolis, ocorrida em 15 de fevereiro de 2022, os moradores e comerciantes afetados pelas chuvas, assim como a população como um todo, ainda convivem com o medo de novos temporais no município. Prova disso é que nesta quinta-feira (31/03) – data em que a previsão do tempo apontava aumento da nebulosidade e ocorrência de chuvas intensas, acompanhadas por descargas elétricas e rajadas de vento – os petropolitanos evadiram-se das ruas da cidade, assim que o tempo começou a mudar. No Centro Histórico, por exemplo, as ruas ficaram vazias e, ao contrário do havia sido registrado no período da manhã, poucos pedestres e veículos transitavam pelas ruas do Imperador e Paulo Barbosa.

Além do Centro, o medo se faz presente também nos distritos. Na Rua Francisco Scalli, popularmente conhecida como Rua do Túnel, no Quissamã, os moradores são surpreendidos todos os dias com a abertura de novos buracos, como ocorreu na noite de quinta-feira (31/03): uma cratera que já havia engolido um carro se abriu ainda mais.

Os empresários também convivem com o medo de novas ocorrências devido às chuvas. Geraldo Martinho, de 84 anos, proprietário da Martinho Social e comerciante há mais de 55 anos, disse em entrevista ao Diário de Petrópolis que não há esperanças para recomeçar. “Estamos sem esperanças para recomeçar, mas, acreditamos que Deus vai nos dar forças para seguir”, desabafa.

Medo, tensão, pavor, pânico… Faltam adjetivos para descrever a situação vivenciada pelos moradores de Petrópolis após os dois temporais que assolaram a cidade – em 15 de fevereiro e 20 de março – e a previsão de chuva forte para os próximos dias.