A falta de ordenamento no entorno das áreas destruídas pelo temporal de terça-feira (15), vem causando caos no trânsito e foi sentida também pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, que enfrentaram dificuldades para se deslocar nos dias subsequentes à tragédia. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (21), o secretário de Estado de Defesa
A falta de ordenamento no entorno das áreas destruídas pelo temporal de terça-feira (15), vem causando caos no trânsito e foi sentida também pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, que enfrentaram dificuldades para se deslocar nos dias subsequentes à tragédia. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (21), o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, Leandro Monteiro, disse que ainda na terça-feira (16) – dia seguinte ao temporal – solicitou que o município efetuasse o bloqueios em seis pontos da cidade para restringir a circulação de pessoas, principalmente em vias de acesso e entorno das áreas atingidas.
“Não houve falta de materiais, nem de efetivo dos bombeiros para resgate às vítimas. O trânsito prejudicou bastante o trabalho de resgate. Temos que considerar que a chuva caiu forte em vários locais, postes caíram, carros foram abandonados e ônibus levados. A Prefeitura não tem como organizar e limpar tudo rapidamente. Foi um desastre e as consequências desse acontecimento atrapalharam a ação do Corpo de Bombeiros, explica Monteiro, que afirma ter solicitado que a circulação de pessoas fosse restrita para agilizar os trabalhos.
“ O deslocamento estava muito difícil. Eram carros abandonados, ônibus abandonados, a cidade estava travada após as chuvas. No dia seguinte, iniciamos um plano de operação e solicitamos ao município que fosse feito o bloqueio, fechando os seis principais pontos de acesso a cidade e limitando o acesso apenas a moradores com comprovante de residência, carros de serviços de concessionárias e carros de salvamento. Nos pontos onde havia registro de vítimas soterradas a solicitação era para que só entrassem as equipes do Corpo de Bombeiros. E nós não conseguimos isso”, afirmou.
A restrição de circulação no entorno de áreas atingidas foi adotada pelo município somente nesta segunda-feira (21) – seis dias após a solicitação, quando a cidade alcançou 181 mortes e registra 104 desaparecidos. De acordo com os bombeiros, 24 vítimas do temporal foram resgatadas com vida pelos militares – todos os sobreviventes foram removidos de escombros nas primeiras 24h de trabalho das equipes.
O comandante destacou que a solicitação de restrição foi feita para dar celeridade ao trabalho dos bombeiros. Entendemos o sofrimento das pessoas que estão com parentes desaparecidos, mas só pedimos que elas confiem nos bombeiros. É necessário que a área fique o mais livre possível para que as equipes possam se locomover com mais facilidade e fazer as buscas. Queremos trabalhar para resgatar as pessoas e devolvê-las às suas famílias, disse.
Questionada quanto as declarações do secretário de Estado de Defesa Civil, a Prefeitura informou que vem orientando a população a sair de casa somente em caso de extrema necessidade. “O objetivo é reduzir as retenções no trânsito na cidade, já que as vias congestionadas pelos carros atrapalham os atendimentos às emergências das chuvas”, disse a prefeitura em nota.
Ainda, segundo o município, a CPTrans montou, no domingo (20), barreiras nas entradas da cidade no Bingen e no Quitandinha. Os motoristas que chegam de outras cidades trazendo doações para Petrópolis estão sendo direcionados para Itaipava, onde funciona a central de arrecadação aberta pela Prefeitura para doações de fora do município e também para as de grande porte feitas por pessoas ou empresas de Petrópolis.
A prefeitura destaca que as medidas buscam reduzir a movimentação de pessoas nas áreas atingidas, com o objetivo é agilizar os atendimentos às ocorrências.
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